Foto: Renan Mattos (Diário)
Representantes dos sindicatos dos Comerciários e dos Lojistas (Sindilojas) de Santa Maria devem se reunir entre hoje e amanhã para debater possibilidades de fechamento de um acordo para abertura das lojas em feriados. Essa é a exigência feita pelo dono das lojas Havan, Luciano Hang, para construir uma megaloja em Santa Maria, na Avenida Hélvio Basso. O Diário contatou lojistas da cidade para saber o que pensam sobre a abertura do comércio em mais feriados.
Esta é a exigência feita por Hang e que o presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, diz que se for válida para a Havan, valerá igualmente para todas as lojas de Santa Maria. Entre as propostas apresentadas, terça-feira, pelos sindicatos ou pelo próprio Hang estariam: dar liberdade para os lojistas escolherem em quais feriados querem abrir; que a categoria oferte dois pisos salariais que distinguiriam as lojas que abrem em todos os feriados daquelas que abrem só em 4 ou 5 feriados; e a possibilidade de pagar valores diferentes como prêmio aos funcionários dependendo de qual feriado a loja vá abrir.
"Espero que até 12 de março esteja tudo resolvido. Vai dar certo. Estou otimista", diz dono da Havan
A gerente da Hot Chic, Aline Zucolotto, 30 anos, diz não ver problema em abrir a loja em mais feriados, desde que seja de livre escolha dos lojistas:
- Morei em Santa Catarina e lá é livre para que cada lojista faça suas escolhas. Sobre pagar aos funcionários, é justo, tem que pagar. Mas o lojista precisa ter liberdade. Tem alguns feriados que não temos interesse em abrir, somos uma loja de roupa feminina, sabemos quando não vamos vender - diz Aline.
DOIS PISOS?
Aline acredita que a proposta de definir salários diferentes para os funcionários que trabalharem em lojas que abrem em feriados dos vencimentos dos empregados de estabelecimentos que querem manter as portas fechadas nessas datas não é uma boa opção. O gerente administrativo da Vencal Calçados, Joel Francesquett, concorda que dividir a categoria não é o melhor caminho e reforça o pedido de liberdade para os lojistas.
Francesquett diz que abrir em mais feriados será um avanço e é de interesse do comércio local, contudo, ressalva que é preciso ter flexibilidade para que cada empresário defina quando vai manter a loja de portas abertas, pelas questões de custos. O gerente também comenta que é preciso levar em consideração as diferenças entre as lojas de rua e as de shoppings.
SHOPPINGS DA CIDADE AVALIAM AS POSSÍVEIS PROPOSTAS
Os representantes de shoppings de Santa Maria também opinaram sobre as possíveis propostas conversadas, na terça-feira, entre sindicatos e o dono das lojas Havan, Luciano Hang.
Por meio de sua assessoria de comunicação, o Shopping Praça Nova informou que o centro de compras é favorável à abertura das lojas em mais feriados e destaca que esta é a realidade em todo o Brasil. Por isso, "Santa Maria, cidade cosmopolita que é, não pode ficar para trás", declarou por meio de nota.
Sobre valores a serem pagos aos funcionários pelos feriados trabalhados, a direção do Praça Nova entende que deve ser seguido o modelo adotado no país. Para a proposta de que os lojistas tenham liberdade de manter as portas fechadas no feriado, enquanto outros estabelecimentos estão prontos para atender clientes, a assessoria do Praça Nova diz que é possível, desde que esteja de acordo com a convenção coletiva.
O administrador do Royal Plaza Shopping, Ruy Giffoni, aguardará a reunião entre os sindicatos dos Comerciários e dos Lojistas para saber, de fato, quais são as propostas do dono da Havan, Luciano Hang, a serem avaliadas. Ele diz que ouviu muitas coisas, mas não tem certeza do que foi dito entre as partes e o que é apenas boato.
- Na verdade, eu só acredito em alguma coisa a partir do momento que está no papel e assinado, porque assim não tem mais como voltar atrás - avalia Giffoni.
Contudo, o administrador do Royal diz que foi buscar a convenção coletiva de Passo Fundo, cidade em que a Havan já tem sede, e conta que ficou preocupado ao ver dois pisos salariais para a categoria. Giffoni considera esta distinção negativa e fala que isso gera uma divisão da categoria.
Sobre abrir as lojas em mais feriados, ele diz não ver problemas, desde que lojistas e funcionários não sejam prejudicados e reforça que o foco desta mudança deve ser "no futuro e desenvolvimento da cidade".